O exame preventivo, popularmente conhecido como Papanicolau, é essencial para a saúde ginecológica, atuando como uma ferramenta poderosa de prevenção contra o câncer de colo do útero. Ao identificar alterações nas células cervicais (do colo) antes que elas se tornem lesões graves, o exame permite um tratamento precoce e evita complicações futuras. Neste artigo, vamos entender melhor o que é o Papanicolau, sua importância, quem deve realizá-lo, e como ele pode contribuir para sua saúde.
A médica Especialista
A Dra. Marina Empinotti é ginecologista especializada em oferecer cuidados de alta qualidade para a saúde feminina. Atua no Hospital de Clínicas do Paraná e é preceptora da residência do Hospital de Clínicas, onde acompanha casos complexos e de alto risco.

Com base em evidências científicas e priorizando sempre o protagonismo da paciente, a Dra. Marina proporciona um atendimento acolhedor, seguro e individualizado. Entre em contato e garanta o cuidado que você merece
O que é o exame Papanicolau?
O Papanicolau é um exame ginecológico que coleta células do colo do útero para análise laboratorial. Esse procedimento simples é capaz de detectar lesões precursoras do câncer de colo do útero e outras condições, como infecções e inflamações. O exame foi desenvolvido pelo patologista Georges Papanicolaou, que reconheceu a importância de identificar alterações celulares antes que elas se tornassem malignas.
Por que o exame Preventivo é essencial?
O câncer de colo do útero é frequentemente causado por infecções persistentes pelo Papilomavírus Humano (HPV), principalmente pelos tipos oncogênicos do vírus. Quando o HPV permanece no organismo, ele pode provocar alterações nas células cervicais. Se essas alterações não forem detectadas e tratadas, podem evoluir para o câncer ao longo dos anos. Assim, o exame preventivo permite identificar e tratar essas lesões em um estágio inicial, evitando o desenvolvimento da doença.
Quem deve fazer o Papanicolau e com qual frequência?
No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda o exame preventivo para mulheres de 25 a 64 anos, especialmente aquelas que já iniciaram a vida sexual. A orientação é realizar o exame anualmente nos dois primeiros anos e, se os resultados forem normais, repeti-lo a cada três anos. Abaixo estão algumas indicações gerais:
- Mulheres de 25 a 64 anos: Realizar o exame anualmente nos dois primeiros anos e, se os resultados forem normais, a cada três anos.
- Mulheres com menos de 25 anos: Normalmente, essa faixa etária não é o foco do exame, pois o risco de câncer de colo do útero é muito baixo. No entanto, casos específicos podem requerer uma avaliação antecipada, como histórico familiar de câncer e imunodeficiências.
- Mulheres acima de 65 anos: Podem interromper o exame preventivo se tiverem realizado exames regulares com resultados normais nos últimos 10 anos.
A Sociedade Americana de Colposcopia e Patologia Cervical recomenda que pessoas entre 25 e 29 anos realizem o exame Papanicolau a cada 3 anos e após os 30 anos seja realizado co-teste, com pesquisa molecular de HPV de alto risco e Papanicolau, a cada 5 anos, até os 65 anos de vida.
Recentemente, a testagem molecular para detecção do vírus HPV e rastreamento do câncer do colo do útero foi incorporada ao SUS.
Como o exame Papanicolau é realizado?
O exame Papanicolau é rápido, geralmente indolor, e ocorre da seguinte forma:
- Preparação: A paciente se deita na maca ginecológica.
- Introdução do espéculo: O ginecologista utiliza um instrumento chamado espéculo para visualizar o colo do útero.
- Coleta das células: Com uma pequena espátula ou escovinha, o profissional coleta células do colo do útero para análise.
- Envio ao laboratório: As células são enviadas para análise, onde especialistas avaliam se há alterações celulares que possam indicar problemas.
Esse exame leva apenas alguns minutos e, apesar de causar um leve desconforto, é um procedimento seguro e de grande valor preventivo.
Benefícios do Papanicolau para a saúde
A realização do Papanicolau regularmente traz inúmeros benefícios:
- Detecção precoce de lesões: Identificar lesões ainda no estágio inicial permite tratamentos eficazes antes que se tornem um problema mais grave.
- Procedimento simples e rápido: O exame dura poucos minutos e não é invasivo, embora possa causar leve desconforto.
- Prevenção de procedimentos invasivos: Ao detectar alterações precocemente, o Papanicolau evita a necessidade de intervenções mais agressivas no futuro.
- Identificação de infecções e inflamações: Além do câncer, o exame também pode indicar infecções que afetam a saúde reprodutiva e a qualidade de vida da mulher, entretando, é necessária correlação com o exame médico e a clínica da paciente.
Preparação para o exame
Para garantir a precisão dos resultados do exame Papanicolau, é recomendado:
- Evitar relações sexuais e o uso de cremes vaginais nos dois dias anteriores ao exame.
- Não realizar duchas vaginais na véspera.
- Agendar o exame para fora do período menstrual, pois o sangue interfere na análise das células.
Esses cuidados ajudam a garantir que o material coletado esteja livre de interferências e que os resultados sejam os mais precisos.
Interpretação dos resultados do exame Preventivo
Os resultados do exame Papanicolau podem ser classificados em:
- Normal: Não há alterações celulares.
- Alterações benignas: Indica infecções ou inflamações que podem ser tratadas facilmente.
- Lesão de Baixo Grau (LSIL): Alterações leves, que podem regredir sozinhas.
- Lesão de Alto Grau (HSIL): Alterações mais sérias, que podem evoluir para câncer se não tratadas.
- Câncer invasivo: Indica que células cancerígenas já estão presentes, mas casos assim são raros.
Um resultado alterado não significa necessariamente câncer. Em muitos casos, as alterações são benignas e requerem apenas acompanhamento. Se for necessário, a ginecologista poderá solicitar exames adicionais, como a colposcopia, para uma análise mais detalhada.

O que fazer se o resultado do exame for alterado?
Quando o resultado do exame indica alguma alteração, as ações variam de acordo com a gravidade da lesão:
- Lesões leves: Muitas vezes, são necessárias apenas consultas de acompanhamento.
- Lesões de Alto Grau: Podem demandar uma colposcopia para avaliação detalhada e, se necessário, tratamento específico para remoção das células alteradas.
- Alterações infecciosas: Em caso de infecções ou inflamações, podem ser prescritos medicamentos.
Fatores de risco para o Câncer de Colo do Útero
Além da infecção pelo HPV, outros fatores de risco incluem:
- Tabagismo: Fumar aumenta o risco de lesões persistentes causadas pelo HPV.
- Sistema Imunológico Enfraquecido: Mulheres imunocomprometidas, como aquelas com HIV, têm maior vulnerabilidade.
- Número de Parceiros Sexuais: Aumenta a exposição ao HPV.
Prevenção adicional: A Vacina contra o HPV
A vacina contra o HPV é uma importante medida de prevenção do câncer de colo do útero. Ela é oferecida gratuitamente pelo SUS para adolescentes e cobre os tipos mais comuns do vírus. Na rede privada, a vacina está disponível para a população adulta e protege contra 9 tipos de HPV.
No entanto, mesmo as mulheres vacinadas devem realizar o Papanicolau, pois a vacina não protege contra todos os tipos de HPV.
Quando parar de fazer o Papanicolau?
Após os 65 anos, mulheres com histórico de exames normais podem parar de fazer o preventivo, salvo indicação contrária do ginecologista. Além disso, mulheres que passaram por histerectomia total (remoção do útero e do colo) por causas benignas também podem ser dispensadas, mas cada caso deve ser analisado individualmente.
Cuide da sua saúde com o exame Preventivo do Colo do Útero
O Papanicolau é um exame simples e essencial para a prevenção do câncer de colo do útero. A realização regular do preventivo é uma maneira eficaz de proteger a saúde feminina, identificando lesões precocemente e possibilitando tratamentos menos invasivos. Converse com sua ginecologista sobre a frequência ideal para o seu caso e mantenha sua saúde em dia. Cuidar de si mesma é o primeiro passo para uma vida saudável e segura.
Fonte: Texto escrito com base em conhecimentos adquiridos durante a formação e prática médica. As informações aqui oferecidas não substituem avaliação médica individualizada.
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