Aproximadamente 850 gestações não planejadas ocorrem a cada mil mulheres que não utilizam nenhum método anticoncepcional. A contracepção é uma ferramenta fundamental para o planejamento familiar e o controle da fertilidade, além de garantir maior autonomia para os usuários.

Atualmente temos diversas opções de anticoncepcional disponíveis e é importante conhecer cada tipo para tomar uma decisão informada, levando em conta aspectos como estilo de vida, saúde e praticidade. Neste artigo, vamos explorar os métodos para que você possa avaliar qual é o melhor anticoncepcional para você.
A Médica Especialista
Escolher o método anticoncepcional ideal é uma decisão importante, que deve considerar seu estilo de vida, saúde e planos para o futuro. Em uma consulta com a Dra. Marina Empinotti, você recebe orientação personalizada, baseada em evidências científicas e nas suas necessidades individuais.
Com anos de experiência no cuidado da saúde feminina e atuação em casos complexos no Hospital de Clínicas do Paraná, a Dra. Marina está preparada para te ajudar a encontrar a melhor opção. Seu objetivo é garantir que você se sinta segura e bem informada ao tomar essa decisão.
Além de acolhimento e atendimento humanizado, você terá acesso a informações claras sobre os benefícios, riscos e eficácia de cada método.
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O que são Métodos Anticoncepcionais?
Anticoncepcionais são métodos utilizados para prevenir a gravidez, e eles podem ser divididos em duas categorias principais: métodos hormonais e métodos não hormonais.
- Métodos Hormonais: Agem no organismo através de hormônios sintéticos, que alteram o ciclo menstrual natural da mulher para evitar a concepção.
- Métodos Não Hormonais: Não utilizam hormônios e, em vez disso, funcionam criando barreiras físicas ou modificando o ambiente uterino para impedir a fecundação.
Métodos Não Hormonais: Alternativas Naturais e de Barreira
Os métodos não hormonais não interferem nos hormônios naturais do corpo. São opções para mulheres que preferem ou precisam evitar anticoncepcional hormonal, como em casos de condições de saúde específicas.
Tipos de Métodos Não Hormonais
Dispositivo Intrauterino de Cobre (DIU de Cobre)

- Pequeno dispositivo em forma de “T” colocado no útero, que libera íons de cobre, criando um ambiente hostil para os espermatozoides e para implantação, caso o óvulo seja fecundado.
- Pode ser usado por até 10 ou 12 anos, dependendo do contexto e do tipo do DIU não hormonal.
- Vantagem: Método de longa duração e alta eficácia, sem hormônios.
- Efeito colateral: Pode aumentar o fluxo menstrual e as cólicas nos primeiros meses de uso.
Principais Dúvidas Sobre o DIU de Cobre:
Quais exames são necessários antes de colocar o DIU?
É necessário realizar uma avaliação médica completa e exames ginecológicos, como o Papanicolau (dependendo da faixa etária e risco), para garantir que o DIU seja seguro.
Como o DIU é colocado?
O procedimento de colocação do DIU é relativamente simples e realizado em consultório médico. O processo pode ser descrito da seguinte forma:
- A paciente é posicionada em uma mesa ginecológica, similar à posição para um exame ginecológico.
- O médico utiliza um espéculo para abrir a vagina e visualizar o colo do útero.
- Com a ajuda de um instrumento específico, o DIU é inserido no útero.
- O procedimento é rápido, durando em média 10 a 15 minutos.
- O DIU é colocado de forma que as cordas do dispositivo fiquem visíveis na parte superior da vagina, permitindo que o médico verifique a posição do dispositivo após a colocação.
Dói para colocar o DIU?
O procedimento de colocação do DIU pode causar desconforto, como cólicas, mas não é considerado extremamente doloroso. O tempo de dor varia para cada pessoa.
Precisa estar menstruada para colocar DIU?
Não, não é necessário estar menstruada para colocar o DIU, mas muitas vezes o procedimento é realizado durante a menstruação, pois o colo do útero está mais dilatado, facilitando a inserção. Além disso, a inserção durante o fluxo menstrual oferece relativa certeza de que a pessoa não está grávida no momento da inserção.
Quais são os cuidados após a colocação do DIU?
Após a colocação do DIU, é importante observar algumas recomendações:
Descanso: após a inserção, podem ocorrer cólicas ou um pouco de desconforto, por isso é recomendado repouso nas primeiras 24 horas.
Evitar relações sexuais nas primeiras 48 horas, para evitar infecções.
Monitoramento de sinais de infecção: Caso ocorra febre, dor intensa ou sangramento anormal, é fundamental procurar o médico.
Acompanhamento médico: O médico deve avaliar o DIU após a colocação para garantir que ele está no lugar correto.
Quanto custa o DIU de Cobre?
O custo do DIU pode variar dependendo do tipo e da clínica onde ele é colocado. O preço médio de um DIU de cobre é mais acessível do que o hormonal, mas ambos os tipos são custos de longo prazo, uma vez que o dispositivo pode durar anos. O preço pode variar de R$100,00 a R$ 300,00 mais a consulta médica e o procedimento para a inserção.
Qual a chance de engravidar com o DIU?
A chance de engravidar com o DIU é extremamente baixa, com uma taxa de falha de menos de 1%. Isso significa que é muito eficaz na prevenção da gravidez.
Posso fazer atividade física após colocar o DIU?
Sim, após a colocação do DIU, você pode retomar suas atividades físicas normalmente, a menos que haja algum desconforto ou recomendação específica do seu médico.
Quais as contraindicações para colocar o DIU?
Algumas contraindicações incluem: infecções ginecológicas ativas, anomalias uterinas (como miomas submucosos ou grandes miomas intramurais), sangramentos sem causa investigada e gravidez.
Pessoas virgens podem colocar DIU?
Sim, mulheres virgens podem usar o DIU, mas geralmente ele é mais recomendado para aquelas que já têm experiência com a sexualidade, devido ao risco de dor e desconforto durante a inserção.
O DIU faz ter candidíase?
O DIU hormonal pode, em alguns casos, aumentar o risco de infecções vaginais, incluindo candidíase, devido ao impacto que tem no equilíbrio hormonal e na flora vaginal. O DIU de cobre não tem esse efeito.
O parceiro consegue sentir o DIU?
Na maioria das vezes, não. O DIU é colocado no útero e as cordas ficam no fundo da vagina, sendo geralmente imperceptíveis para o parceiro. Se você sentir desconforto durante a relação sexual, deve consultar o médico.
Quanto tempo demora para o DIU fazer efeito?
O DIU de cobre tem efeito imediato após a inserção. Porém o médico pode solicitar uso de um método adicional até que haja certeza do posicionamento correto do DIU.
O que fazer se o DIU estiver mal posicionado?
Se o DIU estiver mal posicionado, pode ser necessário removê-lo ou reposicioná-lo. O médico fará exames de imagem para confirmar e tomar as medidas necessárias. Entretanto, a chance de o DIU sair do lugar é muito baixa, sendo de cerca de 1 a 2% ao longo de sua duração.
O DIU protege de infecções sexualmente transmissíveis?
Não, o DIU não oferece proteção contra infecções sexualmente transmissíveis. O uso de preservativo é necessário para essa proteção.
Pode usar coletor menstrual com DIU?
Sim, é possível usar coletor menstrual com DIU, mas é importante garantir que o DIU esteja bem posicionado e que o coletor não cause deslocamento do dispositivo.
Dá para usar anticoncepcional oral usando DIU?
Sim, é possível usar o anticoncepcional oral juntamente com o DIU, embora seja raro. O DIU por si só já é muito eficaz, e o uso de ambos seria desnecessário, exceto para tratamento de algumas condições.
Como é retirado o DIU?
A retirada do DIU é um procedimento simples realizado no consultório médico. O médico usa um pequeno instrumento para puxar as cordas do DIU e removê-lo de forma rápida e praticamente indolor. Em algumas situações, pode ser necessário auxilio de ultrassom abdominal para retirada.
Métodos de Barreira (Camisinha Masculina e Feminina)

- Criam uma barreira física que impede o contato entre espermatozoides e óvulos.
- Além da prevenção de gravidez, protegem contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
- Vantagem: Únicos métodos que oferecem proteção contra ISTs.
- Efeito colateral: Nenhum efeito colateral fisiológico, mas é importante o uso correto para garantir eficácia.
Diafragma
- Dispositivo em forma de cúpula que bloqueia o colo do útero, evitando que os espermatozoides entrem.
- Usado em conjunto com espermicida para aumentar a eficácia.
- Vantagem: Método não hormonal e reutilizável com a devida higienização.
- Efeito colateral: Pode causar irritação vaginal em algumas mulheres.
Espermicidas
- Produtos químicos que imobilizam ou destroem os espermatozoides.
- Devem ser aplicados na vagina antes da relação sexual e, para maior eficácia, são geralmente usados com métodos de barreira.
- Vantagem: Método complementar de fácil acesso.
- Efeito colateral: Pode causar irritação vaginal em algumas mulheres.
Métodos Comportamentais
- Tabelinha: Consiste em evitar relações sexuais durante o período fértil da mulher, requerendo monitoramento regular do ciclo menstrual.
- Coito Interrompido: O parceiro retira o pênis antes da ejaculação para evitar a entrada de esperma.
- Vantagem: Não envolvem hormônios e não exigem dispositivos.
- Efeito colateral: Possuem menor eficácia e demandam disciplina e controle rigoroso do ciclo menstrual.
Método de Amenorreia Lactacional
- Baseado na amamentação exclusiva, sem complementação com fórmula, que inibe a ovulação nos primeiros seis meses após o parto.
- É necessário que a mulher esteja ainda sem menstruar.
- Vantagem: Método natural, temporário.
- Efeito colateral: Limita-se ao período pós-parto e depende da frequência de amamentação.
Métodos Hormonais: Como Funcionam e Quais as Opções
Os métodos hormonais utilizam hormônios como o estrogênio e o progestagênio, que são similares aos hormônios femininos naturais. Estes métodos evitam a gravidez de duas formas principais: impedindo a ovulação e modificando o muco cervical para dificultar o acesso dos espermatozoides ao útero.
Apesar dos métodos hormonais apresentarem alta eficácia e praticidade, existem algumas contraindicações ao seu uso, portanto é necessária a prescrição médica para iniciar o uso.
Tipos de Métodos Hormonais
Pílulas Combinadas
- Contêm estrogênio e progestagênio.
- Devem ser tomadas todos os dias no mesmo horário para manter o efeito anticoncepcional.
- Além de evitar a gravidez, podem regular o ciclo menstrual e diminuir cólicas e sintomas da TPM.
- São contraindicados em algumas situações de saúde, como, por exemplo, portadoras de enxaqueca com aura ou pessoas com histórico de tromboembolismo prévio.
- Vantagem: Alta eficácia se usadas corretamente. Grande disponibilidade no mercado e várias opções com custo acessível.
- Efeito colateral: Algumas mulheres podem apresentar náuseas, sensibilidade nos seios ou alterações de humor, geralmente amenizadas após alguns meses de uso.
Pílula de Progestagênio
- Contém apenas progesterona, sendo uma alternativa para quem não pode tomar estrogênio.
- Indicada para lactantes, pois não interfere na produção de leite.
- Vantagem: Poucas contraindicações. É possível cessar a menstruação com ela.
- Efeito colateral: Pode causar irregularidade menstrual, mas isso tende a estabilizar com o uso.

Injeções
- São aplicadas mensalmente ou a cada três meses, dependendo do tipo.
- Uma boa escolha para quem prefere evitar a rotina diária da pílula.
- Vantagem: Longa duração e alta eficácia.
- Efeito colateral: Podem causar irregularidades menstruais e, em alguns casos, ganho de peso.
Adesivo Transdérmico
- Adesivo aplicado na pele, que libera hormônios ao longo de três semanas, seguido de uma semana de pausa.
- Vantagem: Fácil de usar e trocado apenas uma vez por semana.
- Efeito colateral: Pode causar irritação na pele no local de aplicação.
Implante Subdérmico de Progesterona
- Pequeno bastão inserido sob a pele do braço, que libera progestagênio continuamente.
- Oferece proteção por até três anos.
- Vantagem: Longa duração e maior eficácia entre os métodos.
- Efeito colateral: Pode alterar o padrão de menstruação, causando ausência ou irregularidade.
Principais dúvidas sobre o Implante Subdérmico:
Como o Implante é colocado?
É um procedimento realizado no consultório ginecológico com anestesia local. O implante é colocado no braço não dominante, a aproximadamente 8 cm do cotovelo, com auxílio de um dispositivo descartável. Após a colocação, é recomendado manter um compressão com atadura por 24 horas, para evitar hematomas.
O implante é seguro?
Estudos atuais indicam que este é o método mais seguro que está disponível, com eficácia superior a métodos definitivos, como laqueadura tubária.
Quanto custa para colocar o Implante Subdérmico?
O dispositivo custa em torno de R$900,00 mais o valor da consulta médica e procedimento para inserção.
Quais os possíveis efeitos colaterais do Implante?
Podem ocorrer alterações menstruais, acne, dores de cabeça, alterações de humor, aumento de peso, sensibilidade das mamas, diminuição da libido, dores abdominais, manchas na pele. Frequentemente os efeitos colaterais duram até seis meses após a inserção do implante e não costumam ser tão severas a ponto de indicar retirada do dispositivo.
Como o Implante é retirado?
A retirada é realizada também em consultório médico com anestesia local. É realizada uma pequena incisão com bisturi e o implante é retirado com uma pinça. Todo o procedimento é realizado de forma estéril e a área é fechada com curativo, não sendo necessário dar pontos.
Anel Vaginal
- Dispositivo flexível colocado na vagina, que libera hormônios localmente.
- Usado por três semanas consecutivas, seguido de uma semana de pausa.
- Vantagem: Método discreto, com liberação controlada de hormônios.
- Efeito colateral: Algumas mulheres relatam desconforto ou irritação vaginal.
DIU Hormonal

- Dispositivo intrauterino que libera hormônios localmente, em pequena quantidade
- Atualmente com 2 opções disponíveis no mercado, com duração de até 8 anos.
- Vantagem: Longa duração e alta eficácia.
- Efeito colateral: A colocação pode ser desconfortável. Podem ocorrer sintomas como piora da acne e discreto aumento de peso.
Principais dúvidas sobre o DIU hormonal:
Como o DIU hormonal atua?
- Aumenta a espessura do muco cervical, dificultando a passagem dos espermatozoides.
- Diminui o crescimento do endométrio (camada interna do útero), o que dificulta a implantação de um óvulo fertilizado.
Quais os possíveis efeitos colaterais do DIU hormonal?
Pode ocorrer redução ou cessação da menstruação após alguns meses de uso, esse efeito colateral muitas vezes é desejado quando o ciclo menstrual é incômodo. Outros efeitos incluem: sangramentos irregulares nos primeiros meses, dor de cabeça, alterações de humor, acne.
Como é a colocação do DIU hormonal?
É semelhante à inserção do DIU de cobre, porém o dispositivo vem com um aplicador um pouco diferente.
O DIU hormonal engorda?
Não, o DIU hormonal não causa ganho de peso significativo. Porém, como com qualquer método hormonal, algumas mulheres podem ter retenção de líquidos, mas isso não é comum.
O DIU diminui a libido?
Em geral, o DIU não afeta a libido. Algumas mulheres podem perceber alterações hormonais com o DIU hormonal, mas essas mudanças são mínimas. O DIU de cobre, por não conter hormônios, não interfere na libido.
Métodos Definitivos São Mais Eficazes?
A esterilização cirúrgica feminina e a masculina, popularmente conhecidas com laqueadura tubária e vasectomia, são métodos definitivos de contracepção.
A vasectomia é um procedimento relativamente simples, que pode ser realizado de forma ambulatorial com anestesia local, e consiste em bloquear os canais que transportam os espermatozoides. Esse procedimento tem baixo índice de complicação e grande efetividade.
Por muito tempo, a laqueadura foi considerada um método muito efetivo, com taxa de falha de aproximadamente 0,5%, porém estudos recentes mostram que o procedimento pode falhar em 5 a cada 100 mulheres. É um procedimento cirúrgico que pode ser realizado pela via laparoscópica ou via convencional, principalmente quando realizada durante a cesariana.
Vale lembrar que não há indicação de optar por parto cesáreo para realizar a esterilização feminina.
Como Escolher o Anticoncepcional Ideal?
A escolha do método anticoncepcional depende de fatores como idade, histórico de saúde, planos de gravidez, taxa de falha de cada método e preferências pessoais. É recomendável discutir as opções com um ginecologista, que poderá orientar sobre os prós e contras de cada método e ajudar na tomada de decisão.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) lista critérios de elegibilidade de cada método anticoncepcional para pessoas que tenham determinadas condições médicas, informando o risco-benefício em cada situação. A ginecologista deve conhecer e utilizar esses critérios para auxiliar na escolha do melhor anticoncepcional.
Dicas para a Escolha:
- Avalie o impacto que cada método anticoncepcional pode ter no seu ciclo menstrual e na sua saúde em geral.
- Entenda sobre a diferença de eficácia entre os métodos de acordo com suas expectativas.
- Considere métodos hormonais se buscar maior praticidade e controle dos sintomas menstruais.
- Opte por métodos não hormonais caso prefira evitar hormônios ou tenha condições de saúde que contraindiquem seu uso.
- Sempre procure sua ginecologista antes de iniciar ou trocar o método anticoncepcional.
Os anticoncepcionais oferecem controle e segurança no planejamento familiar, sendo uma ferramenta importante para a saúde reprodutiva. Com várias opções disponíveis, é essencial conhecer bem cada uma delas para escolher o método que melhor atenda às suas necessidades e estilo de vida.
O uso de um anticoncepcional inadequado pode trazer sérios prejuízos para a sua saúde. Lembre-se de que a consulta com um ginecologista é fundamental para garantir uma escolha segura e informada.
Fonte: Texto escrito com base em conhecimentos adquiridos durante a formação e prática médica. As informações aqui oferecidas não substituem avaliação médica individualizada.
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